terça-feira, 31 de março de 2015

A Cidade & a Cidade - indicação de leitura


Há algumas coisas que nos acostumamos a não ver. Como, por exemplo, ao passar por um acidente de trânsito grave, muitos passam ao lado e mesmo sabendo que tem pessoas feridas, sangrando, com falta de membros, etc. evitando olhar. Assim como há coisas que lidamos no dia a dia sem nos dar conta do que é ou como funciona, como os diversos chips e fios do computador, o motor que faz subir e descer o elevador. Existem outras coisas que fazemos questão de não conhecer e evitamos ter que lidar com elas, como os trâmites de cartório e seus diversos documentos, assinaturas, carimbos e burocracia. Há outros elementos que lidamos e que não conseguimos compreender com clareza e não paramos para pensar sobre o que ele é e o que representa, como o dinheiro. O que é o dinheiro? O que faz um papel colorido com um número 10 ter o valor de R$10,00? Ele representa um valor de uso, um valor de troca, a força de trabalho ou o tempo gasto para produzir um produto com valor equivalente?
Alguns filósofos chamam este fenômeno de fetichismo, principalmente os ligados a linha marxista, como Adorno e Horkheimer da Escola de Frankfurt, Luckács e o próprio Marx. Um escritor inglês chamado China Mieville levou este conceito ao extremo ao criar uma ficção policial onde duas cidades ocupam o mesmo espaço geográfico sem interagir uma com a outra, elas são de países diferentes. Realmente é estranho, eu sei, mas de uma criatividade estupenda! Imagine que se você mora em uma casa na cidade X e na casa ao lado, o que seria seu vizinho, tem a casa situada na outra cidade, Y. Vocês obedecem a leis diferentes, têm outro governo, modos de vestir, de comportamento distintos e até outra língua. Como não pertencem ao mesmo país não podem se comunicar e nem ao menos se ver. Para ambos ignorar esta separação é um crime gravíssimo e para garantir este “distanciamento” são monitorados por um poder secreto chamado Brecha.

O livro se chama “A cidade & a cidade”, publicado pela Boitempo Editorial, e já ganhou diversos prêmios mundo a fora pela genialidade da obra. Além de ser um romance policial que nos prende a atenção do começo ao fim ele nos promove um exercício de imaginação ao tentar conceber uma relação destas entre cidades e cidadãos. Nos leva a refletir sobre as coisas que vemos e não enxergamos, que somos acostumados a não nos envolver, a não entender e não nos relacionar. Coisas que sabemos que estão lá, mas aprendemos a “desver”. Imaginem o tanto de coisas que estão por aí e nem sabemos que existem? 

sábado, 21 de março de 2015

Os X-Men: Inclusão ou exclusão?




É uma tendência do ser humano recusar aquilo que é diferente do ele entende por “normal”. Pessoas que fogem do padrão de ‘normalidade” são vitimas de preconceito, exclusão...








As piadas, por exemplo, geralmente são direcionadas a rótulos e  esteriótipos. Rotular as pessoas e encaixá-las em padrões pré-definidos não ajuda em nada.

Nas HQs dos X-Men podemos ver as lutas de pessoas que são tratados de forma preconceituosa por serem diferentes (apresentarem mutações genéticas).


O professor Xavier reúne alguns desses indivíduos numa Escola para ajudá-los  nas suas dificuldades e desenvolver suas habilidades.
Portanto, isso ocorre numa instituição específica, que não inclui  os seres humanos “normais”.
Hoje em dia muito se fala em Inclusão e na integração do aluno com deficiência no Ensino Regular. A inclusão não serve apenas ao “aluno de inclusão”, mas para todos os demais que aprenderão a conviver com quem é diferente.

Focar somente na questão da aprendizagem é limitar as possibilidades e se fechar no preconceito. As dificuldades do aluno no dia a dia e suas limitações podem ser melhor trabalhadas nas salas especializadas, no contraturno. Mas o principal ganho é para a sociedade, pois os colegas aprenderão a conviver com as diferenças.


Isso não exclui a formação do professores e a assessoria de um profissional específico para Inclusão, que dever ser responsável por acompanhar de perto os alunos e auxiliar os professores com atividades e informações necessárias ao progresso da aprendizagem.






Cada escola tem a liberdade para, democraticamente, elaborar seu PPP e os planos de ações relacionados com sua realidade.
Com relação à questão da Inclusão isso é ainda mais importante, tendo em vista que os alunos, problemas, especificidades, são diferentes em cada Unidade Escolar.

As escolas, por isso, precisam adequar as normas gerais à sua realidade, procurando auxiliar sua comunidade discente e docente naquilo que for preciso para que a sociedade seja mais tolerante e todos os alunos possam desenvolver suas capacidades.

quinta-feira, 12 de março de 2015

A tal da inclusão

A inclusão é um termo que está na moda. Ouvimos o tempo todo falar da tal da Escola Inclusiva, do aluno de Inclusão, geralmente se referindo aqueles alunos que tem algum tipo de deficiência. Porém nem sempre sabemos do que estão falando.

Ao olharmos para trás na história da educação no Brasil, vemos que nem sempre as coisas foram como são hoje. Com relação à inclusão, isso se confirma, pois o tratamento do aluno com deficiência nem sempre foi tratado na perspectiva inclusiva.
No passado vigorava a visão integracionista que se baseava na aptidão do aluno às condições de aprendizagem da turma a qual deveria fazer parte. Fazia-se o diagnóstico da deficiência do indivíduo e se avaliava se o mesmo possuía condição para participação no ensino regular. Se positivo o aluno deficiente deveria se esforçar ara integrar-se aos demais alunos.
Hoje vigora a visão inclusiva do aluno, já não fundamentada em um modelo médico, com no sistema integracionista, mas preocupado com a socialização do aluno. Baseia-se, dessa forma, numa visão social, preocupando-se com as relações entre aluno com deficiência e demais, Nessa visão a instituição deve adaptar-se ao aluno e não mais o contrário, providenciando um ambiente adequado, tanto físico quanto social.

 Alguém com alguma deficiência ou característica especial não é o mesmo que alguém inferior. O diferente é somente isso: diferente e como tal deve ser respeitado.
Desrespeitar ou tratar com indiferença alguém somente por ser diferente deixará de perceber a pessoa que está por trás da aparência.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Retomada

Retomo hoje, mais uma vez, o trabalho neste blog.
Este ano foi muito intenso, já que me dividi entre a finalização do mestrado e as atividades como professor de história, filosofia e sociologia, pai, marido...
A experiência do mestrado na USP foi enriquecedora, como um grande acontecimento que muda o sujeito pelas experiências, conhecimentos e obstáculos vivenciados. Muitas vezes me senti como um hobbit entre elfos, imaginando como eu, um ex-aluno de escola pública, estava cercado de pessoas notáveis.
Mas tudo valeu a pena. Aprendi muito, e, agradeço aos que estiveram comigo nessa caminhada.
Fui lá e estou aqui de volta outra vez. Fiquei algum tempo sem postar nada, por conta das muitas atribuições (e atribulações), mas não fiquei parado. Produzi muito nas escolas que trabalho: Semana de História, Oficina de HQ, atividades nas semanas de matemática e de literatura, Mostra Cultural, além das atividades rotineiras.

Farei postagens com os apanhados das atividades realizadas até este fim de ano e com propostas para o ano que vem, pois pretendo me dedicar com prioridade à relação entre as mídias pop e a educação.


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Star Wars Run





















Este ano, pela primeira vez, o Brasil vai contar com um evento muito especial para os fans de Star Wars: a Star Wars Run!!!
Trata-se de uma prova de pedestrianismo, noturna e temática.

Serão 6 km de prova, no entorno do Memorial da América Latina, m São Paulo.  (Arena Star Wars – Rua Tagipuru, 377). 

O evento, que ocorre na madrugada entre os dias 3 e 4 de maio, te como principal objetivo iniciar as comemorações do Dia Mundial Star Wars “May the 4th Be with You” no Brasil. (É isso existe!!!!)






Link para inscrições e maiores informações:

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Uma crônica

                                A mentira perfeita

Atrocidades são cometidas todos os dias, por ou com pessoas comuns, mas esse caso era especial, alguém “importante” havia sido esfaqueado diversas vezes, esse alguém era o prefeito de nossa tão bela e amada cidade, prefeito o qual era adorado por muitos exceto por quem o matou óbviamente , é possível notar pela violência dos golpes e o descuido impressionante que o assassino teve, parecia ser um caso simples, principalmente para um alguém como eu, que um dia já foi um grande e temido assassino até ser pego e forçado a trabalhar como consultor da polícia, parecia.O caso facilmente seria solucionado em algumas horas somente com a coleta de DNA e digitais as quais foram espalhadas pelo corpo mutilado do prefeito.

Uma coisa é achar o suspeito, interrogá-lo até fazer com que ele revelasse seus segredos mais sujos, todavia não era um caso simples como já que sua repercussão seria imensa, para falar a verdade já estava sendo, a mídia tem uma capacidade enorme de farejar tragédias e inventar coisas sem trabalhar juntamente com a polícia.Acharam o assassino rapidamente, foi simples como eu disse, porém a minha presença mudava tudo, um drogado o qual passava pelo mesmo beco cujo estava o prefeito supostamente o atacou violentamente e levou alguns trocados, todavia essa história era muito escandalosa, poderia levantar diversas questões sobre a segurança da cidade e isso prejudicara o partido do qual o prefeito fazia parte, a minha ajuda era necessária para alterar um pouco os fatos e botar a culpa em outra pessoa, uma pessoa próxima ao prefeito, isso seria muito mais confortante para os jornais porque seria uma boa história e confortaria a população já que o segurança do prefeito o qual estava de folga no dia cuidando da família seria culpado, era um bom suspeito agradaria a todos, com a justificativa de que ninguém pode te proteger das pessoas mais próximas a você.

Me entrevistaram após as notícias serem espalhadas, chamavam aquele pobre senhor de monstro,  concordava sem hesitar, me parabenizavam por mais um caso solucionado, comemorava juntamente a eles.Porém ao chegar em minha casa fui tirar alguns trocados do bolso e caíram algumas evidências como digitais e amostras DNA as quais comprovavam que o assassino era o drogado, pensei por um instante, olhei meu reflexo no espelho, sorri e lembrei que no fim das contas eu sempre fui o monstro e nunca gostei muito do prefeito.

Bruno Cantino

Gian Carlo Fortmuller

segunda-feira, 31 de março de 2014

Tempos Modernos: análise do filme

Tudo, ou pelo menos 95% das coisas que vemos é um produto industrializado. Moveis, materiais de trabalho, roupas e utensílios domésticos, tudo é produzido em uma fábrica, coisa tão comum pra nós que nem notamos.

Antigamente, e se for parar pra pensar nem faz tanto tempo assim, industrias não eram comuns, o processo de produção manufatureiro foi substituído pelos fabricas na revolução industrial que é o cenário do filme ‘’ Tempos Modernos’’.

O filme conta a história da vida de um trabalhador alienado, que só sabia apertar parafusos, tanto que ele ficou obcecado por isso e acabou indo parar no hospício por essa obsessão, e a culpa é toda dos parafusos, se você está lendo isso e é um parafuso então você certamente deveria se envergonhar sr.Parafuso.

Com revolução industrial as fabricas empregaram muitas pessoas, mas toda vez que uma dessas fechava milhares ficavam desempregados. Esse desemprego deixou famílias famintas e levou pessoas honestas a fazer coisas não tão honestas assim, como no filme onde o ex-colega de trabalho do Chaplin rouba uma loja de departamento.

Mesmo aqueles com emprego não viviam lá muito bem, a jornada de trabalho era grande, cansativa e pouco recompensadora para as massas exploradas. Os donos das fabricas é que viviam bem e as diferenças entre as classes burguesa e trabalhadora são claramente visíveis e acentuadas.

Se os direitos trabalhistas só surgiram no século XX dá pra imaginar as condições de trabalho no século XVIII certo? Desde aquela época protestos eram feitos (e reprimidos) como uma tentativa de mudar a situação.


Mas a genialidade humana não tem limites e as descobertas e criações no ramo tecnológico vem melhorando a qualidade e facilitando a vida dos trabalhadores, já que o trabalho mecanizado exige menos esforço.




 TEXTO: Graziela Ferreira